Supermães e portuárias a qualquer hora do dia ou da noite 12/05/2023 - 09:14

Empregadas da Portos do Paraná conciliam escalas de trabalho com a criação de filhos pequenos

Conciliar a maternidade com a carreira na atividade portuária, atuando em escalas variadas, durante o dia ou à noite, é função para supermães. Na Portos do Paraná, elas são muitas. Mães como a Paula, Dayanni e Raquel, que trabalham na Diretoria de Operações Portuárias e que vão comemorar, como tantas outras mamães, o próximo domingo (14).

“A gente faz o que pode, confesso que é cansativo, mas eu gosto muito da escala, já me acostumei e o Pietro (de 9 anos) está acostumado e acho que dá muito certo. Quando trabalho das 19h00 à 1h00 eu vou dormir às 2h00 da manhã e às 7h00 meu filho está acordado. Quando trabalho da 1h00 às 7h00, eu chego e ele já está acordado e só vou dormir quando ele vai para a escola à tarde”, lembra a Assistente Técnica Administrativa Raquel do Rosário Gorla.

Graduada em Engenharia, Raquel entrou na empresa pública em 2009 e ficou dois anos como chefe da Divisão de Engenharia entre 2011 e 2013. “Eu fazia o expediente normal, mas aí fiquei grávida, depois peguei licença de dois anos (sem remuneração) e quando voltei já entrei na escala. O meu filho é autista e faz terapia todas as manhãs e com essa escala eu consigo estar com ele quase todos as manhãs e não trocaria minha escala por um horário de expediente normal hoje”, aponta.

É o mesmo que pensa a também Assistente Técnica Administrativa Paula Werner Linhares. “A escala é puxada porque, além de dinâmica, ela tem o horário noturno, mas em contrapartida ela me possibilita participar da rotina das crianças em outros horários, como por exemplo, poder levar e buscar na escola quase todos os dias, além de estar presente em momentos únicos desta fase da vida deles que sabemos que não voltam mais”, destaca.

E lá se vão 16 anos de Paula trabalhando em horários variados. “Trabalho nesse sistema de revezamento de escala de 6 horas desde que eu entrei. Dos meus 22 anos aos 32 era mais tranquilo porque não tinha filhos, mas aí nasceu o Mateus e um ano e meio depois nasceu o Vítor e daí começou uma jornada bem puxada porque não tem uma rotina, mas eu me adaptei muito bem a essa escala, minha família se adaptou, e apoia muito no cuidado com as crianças, além do que, gosto bastante do meu trabalho e do setor em que atuo aqui”, diz Paula.

Tanto Raquel quanto Paula trabalham das 19h00 até 1h00, depois, 13h00 as 19h00, depois 7h00 as 13h00, depois 1h00 as 7h00 até vir uma folga de 60 horas e começar tudo de novo na sequência.

Enquanto isso, a Técnica Portuária Dayanni Alves Peres tem uma escala diferente, mas não menos cansativa, porque Raquel e Paula moram em Paranaguá mesmo e ela mora em Antonina. “A minha escala é uma semana pela manhã e uma semana à tarde. Por morar em Antonina, eu não consigo fazer essa escala delas, mas é uma escala e não tem como ter uma rotina com meus filhos todos os dias”, analisa.

Sem essa rotina, Dayanni precisa lançar mão da rede de apoio familiar. “Eu só consigo conciliar a escala de trabalho e a condição de mãe porque eu tenho apoio em casa, meu marido e parceiro Wellington, minha mãe, minha sogra, meu pai que é motorista e está todo dia levando e trazendo da escola a qualquer horário. Então, essa parte de conciliar trabalho com a vida de mãe só é possível graças a eles”, agradece Dayanni, mãe do Davi (quatro anos) e da Laura (dez meses).

Para ajudar ainda mais, o ambiente de trabalho na Operação também tem contribuído com Paula, Raquel e Dayanni. “Comecei a trabalhar na empresa em julho de 2018 e logo na primeira semana descobri que estava grávida do Davi e foi aquele susto. Fiquei preocupada se poderia ou não assumir o cargo, mas todos foram muito acolhedores comigo, a chefia, os colegas, a Raquel e a Paula organizaram uma ‘vaquinha’ tanto na primeira quanto na segunda gestação e compraram várias coisas, então o pessoal se ajuda”, agradece Dayanni.

Por sua vez, Paula já era conhecida de muitos futuros colegas porque visitava o Porto de Paranaguá desde criança. “Desde pequena frequentava aqui, aí fiz o Concurso e passei e foi bom porque quando entrei encontrei rostos conhecidos que eram amigos do meu pai (Ogarito) e foram muito receptivos comigo e esses 16 anos aqui estão sendo muito bons e sou muita grata ao Porto”, relembra.

Já Raquel destaca também que trabalhar escala no Porto garante um tempo precioso com o filho. “A gente que é mãe preza muito pelo tempo de qualidade com o filho e a escala que eu faço hoje proporciona muitos momentos com ele porque eu trabalho praticamente uma manhã por semana, uma tarde por semana, uma noite por semana e uma madrugada por semana, então a maioria das manhãs eu estou com ele, quase sempre posso levar e buscar na escola. É cansativo sim, mas proporciona muito tempo junto com o filho”, finaliza.

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