Veleiro doado aos Escoteiros do Brasil vai virar barco/escola e ficará ancorado em Paranaguá 08/03/2023 - 08:55

O veleiro Lamia, de 56 pés, apreendido em 2021 pela Polícia Federal e doado este ano pela Justiça Federal e a Marinha do Brasil aos Escoteiros do Brasil, atracou nesta quarta-feira (7) pela manhã na Capitania dos Portos de Paranaguá.

A embarcação chega ao litoral paranaense para fortalecer ainda mais a relação estabelecida entre a Portos do Paraná e os Escoteiros do Mar de Antonina, que fazem parte dos Escoteiros do Brasil. No começo de janeiro a empresa pública cedeu uma área de 1.000 metros quadrados ao Grupo Escoteiros do Mar Antonina, no porto público Barão de Teffé.

Marco Antônio Bortoli, coordenador Nacional dos Escoteiros do Mar, conta que o veleiro vai virar uma escola, com sede em Paranaguá, onde está localizada a sede nacional da entidade. “Oficialmente, o veleiro começará a funcionar como escola para adultos no segundo semestre deste ano e, para os jovens, em 2024, depois de feitos alguns reparos mínimos e pequenas adaptações, visando deixar o barco cada vez mais seguro”, afirma Bortoli.

Para ele, “o veleiro vai influenciar a vida dos escoteiros em sua autonomia de vida. Mais do que aprender a navegar, importante é eles terem a socialização da vida em equipe, na própria sistemática de consciência marítima, de vida ao ar livre, de vida profissional, de disciplina, essa é missão principal do projeto barco/escola”.

O diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana, que chegou a Paranaguá embarcado com os escoteiros, destaca que “o termo de cessão de uso da área vem a somar com a chegada do veleiro. ”O espaço e a embarcação poderão funcionar de forma integrada, promovendo atividades educacionais, esportivas e sociais para crianças e jovens de Antonina”.

Segundo o presidente do grupo Escoteiros do Mar de Antonina, João Basílio Pereima, tudo soma. “Esse veleiro é uma conquista inédita e histórica. Como barco/escola vai atender ao público infantil, jovem e adulto do movimento escoteiro. É um grande projeto de inclusão social”.

Paralelamente, Pereima salienta que o novo espaço cedido aos escoteiros pela Portos do Paraná vai ampliar o atendimento aos jovens da comunidade local. “Vamos ter condições plenas de operacionalizar uma Escola do Mar para atender não só os escoteiros, mas toda a comunidade de Antonina e alunos da rede pública de ensino.

SOBRE A VIAGEM – O veleiro partiu de Natal (RN) dia 10 de fevereiro, com três tripulantes fixos: Gutemberg Felipe Martins, Chefe Escoteiro Presidente do Grupo Escoteiro do Mar Velho Lobo; Marco Antônio Bortoli e João Basílio Pereima.

Uma missão de 1.600 milhas. De Natal para Maceió (AL), Salvador (BA), Ilhéus (BA), Vitória (ES) Rio de Janeiro (RJ), Ilha Bela (SP), Santos (SP), até chegar em Paranaguá. A cada trecho o trio contou com apoio de dois ou três escoteiros do mar da região.

MOVIMENTO ESCOTEIRO - O escotismo foi fundado em 1907, na Inglaterra, por Baden-Powell e chegou ao Brasil em 1910. O movimento conta com a colaboração de adultos e valoriza a participação de todas as origens sociais, raças e credos, tendo como objetivo contribuir na formação de crianças, adolescentes e jovens através de um método que valoriza a educação baseada em valores, trabalho em equipe e a vida ao ar livre.

O escotismo soma hoje mais de 57 milhões de membros em todo o mundo e está presente em cerca de 176 países e territórios. No Brasil, os praticantes do escotismo são cerca de 11.000, divididos em três modalidades: básica, do ar e do mar. A Modalidade do Mar existe desde 1921 e é caracterizada pela ênfase na realização de atividades aquáticas, visando desenvolver nos jovens o gosto pela vida náutica, pelas artes e técnicas marinheiras, pela navegação a vela e a motor, viagens e transportes náuticos, pesca, estudo da oceanografia, realização de esportes náuticos e submarinos, entre outros.

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