Raquel na luta pelo respeito e informação no Dia Mundial do Autismo 03/04/2023 - 08:48

Data celebrada neste domingo, dia 2, engajou a portuária, mãe do Pietro, na causa pela ampliação da informação sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e contra o preconceito

A assistente técnica administrativa e também engenheira civil Raquel Gorla sabe da importância do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado no domingo, dia 2. Mãe do Pietro, de 9 anos, ela está sempre engajada na causa e luta para que os autistas sejam respeitados e entendidos do jeito que são, como qualquer outra pessoa. E a Portos do Paraná também abraça esse tema e vai iluminar durante toda a semana o Palácio Taguaré de azul para aletar o máximo de pessoas para que conheçam o que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

“Nós consideramos muito importante esta data a título de informação, para passar para as pessoas que os autistas existem, podem ocupar todos os lugares, frequentar todos os lugares que todo mundo frequenta e para evitar preconceito para com as famílias, mas principalmente com as crianças”, destaca Raquel.

No âmbito estadual, o Governo do Paraná também realizará uma série de ações sobre o tema, com foco na conscientização e quebra de preconceito. “Queremos alertar e chamar a atenção da sociedade e governantes sobre este transtorno do neurodesenvolvimento, de modo a ajudar a derrubar barreiras e preconceitos e disseminar informações corretas e esclarecedoras”, destacou a primeira-dama do Paraná e presidente do Conselho de Ação Solidária, Luciana Saito Massa.

De acordo com Raquel, as crianças autistas e os adultos autistas não possuem características físicas que os identifiquem. “Não são como as pessoas com síndrome de down que têm as características. O autismo é uma deficiência como outra qualquer, mas não possui características físicas, você olha para um autista e ela é exatamente igual a uma pessoa neuro-típica, mas elas têm outras dificuldades que quem conhece já observa, eles podem apresentar muitas esterotipias”, avisa.

Ela lembra que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, órgão estatal dos Estados Unidos, divulgou pesquisa mostrando que um em cada 36 crianças até 8 anos de idade é autista. Os foram divulgados em março de 2023. Um crescimento de 22% em relação ao levantamento anterior. Ou seja, é cada vez mais comum encontrar pessoas com TEA.

“A gente só quer o respeito de estar em todos os lugares como qualquer pessoa. Como outras famílias, a gente segue lutando para que nossos filhos sejam inseridos na sociedade”, aponta a portuária.

No caso de Pietro, o diagnóstico veio com dois anos. “Meu filho, por exemplo, é uma pessoa muito agitada, chega nos lugares e pode ficar correndo de um lado para outro. Ele tem nove anos, foi diagnosticado com dois anos e desde então já começaram as terapias, mas com um ano eu já percebia muitas características que indicavam que ele estava no espectro autista”, relembra.

De lá para cá, Raquel tem se dedicado muito a cuidar de Pietro. “Comecei a estudar bastante sobre o assunto. Ele perdeu o contato visual com a gente, ele passou a não atender quando chamado pelo nome, ele parecia uma criança surda, mas se tivesse em outro cômodo da casa e começasse a Peppa na televisão ele saia correndo e eu tinha certeza que ele não era surdo. Ele escuta super bem, mas determinados casos ele não quer interagir, ele não vai olhar para você”, revela.

A rotina atual dela passa pelas escalas na Coordenadoria de Granéis Exportação da Diretoria de Operações Portuárias e levar o filho nas terapias. “Três vezes por semana, psicóloga, três vezes, fonoaudióloga, três vezes, terapia ocupacional, duas vezes, psicopedagogia, duas vezes, psicomotricidade relacional e uma vez por semana, musicalização. São terapias que ajudam ele a evoluir nas áreas que ele tem dificuldades. Não existe cura, é um transtorno, não é uma doença, então não existe cura, mas existem tratamentos, sem garantia de nada, mas ele pode evoluir ao ponto de ter uma vida feliz, funcional e independente e é isso que a gente busca”, finaliza Raquel.

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