Portos do Paraná recupera área florestal equivalente a 19 campos de futebol em Antonina 29/11/2023 - 16:57

Resultados recentes do programa serão apresentados na Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP28), realizada pela Organização das Nações Unidas

Durante 11 meses de ações, a Portos do Paraná já recuperou 190 mil m² de área florestal, em Antonina. Para a ocupação dos 19 hectares, equivalentes a 19 campos de futebol, foram necessárias cerca de 35.500 mudas com 112 espécies nativas (como cedro, e guapuruvu, por exemplo), árvores frutíferas nativas (palmeira Jussara, pitanga, entre outras) e as não nativas, exóticas e enxertadas (como laranja, abacate e acerola).  As ações fazem parte do Programa de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente Degradadas (PRAD), que será apresentado na Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP28), realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU). 

O diretor de meio ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana, destacou que o projeto de recuperação florestal busca reduzir o assoreamento (acúmulo de sedimentos) nos rios da região, podendo desenvolver uma maneira de diminuir os gastos com dragagem (manutenção) dos canais de navegação, da área portuária no futuro. “Outro ponto benéfico para a população é que além de mantermos a biodiversidade das áreas, a floresta diminui o assoreamento dos cursos de água, um dos responsáveis por impedir diversas atividades nas comunidades ao longo do curso dos rios. O reflorestamento também ajuda a retirar da atmosfera, o gás carbônico, que é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa, e ajuda assim a reduzir a temperatura atmosférica”, explicou Santana.

A recuperação florestal é desenvolvida em propriedades agrícolas parceiras, dentro da Área de Proteção Ambiental Permanente de Guaraqueçaba, em Antonina, nas bacias hidrográficas dos rios Pequeno, Cacatu, Faisqueira e Cachoeira.

Segundo o coordenador de sustentabilidade da Portos do Paraná, Pedro Pisacco Cordeiro, a empresa pública firmou uma parceria com a Fundación Valenciaport, centro de pesquisa, inovação e formação do setor logístico portuário, com sede no porto de Valência, na Espanha. A instituição irá estudar e inventariar as emissões atmosféricas dos portos paranaenses, a chamada pegada de carbono.

"O objetivo é entender o quanto a atividade portuária está emitindo de carbono na atmosfera. Nesse sentido, o PRAD também está relacionado, porque as árvores que estamos plantando aqui, entram nessa conta como um ativo, que é o carbono sendo retirado da atmosfera por meio do crescimento dessas árvores recém-plantadas", disse Cordeiro.

A Portos do Paraná também firmou um convênio com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para avaliar a quantidade de sedimento que deixará de chegar até a baía com a recuperação de áreas degradadas pelo SAF (sistemas agroflorestais).

O objetivo é a recuperação de 40 hectares de áreas degradadas. Além disso, o projeto busca preservar 300 hectares de florestas, por meio da inscrição de propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR). O documento é obrigatório e funciona com um registro de identificação do terreno, feito de forma gratuita para os integrantes do PRAD. Até o momento, 120 famílias foram cadastradas, o que é fundamental para transações envolvendo o imóvel, como ações de compra e venda.

O agricultor, Zínel Leman dos Santos, participa do projeto e cultiva alimentos para merenda escolar como mandioca, abobrinha, pepino e verduras. O agricultor afirma que o projeto traz mais qualidade de vida para os três filhos, além de saúde alimentar para toda a família. “É a oportunidade para que possam não só ter uma sombra, mas também aproveitar um fruto. Como é bom a gente poder garantir hoje o nosso oxigênio”, afirmou Santos.

Processo de recuperação florestal

As equipes de campo estão plantando as mudas que foram produzidas nos oito viveiros implantados pelo projeto ou que foram adquiridas de viveiros de terceiros, nas propriedades dos produtores parceiros.

Os sistemas agroflorestais são sistemas de produção, que conciliam a recuperação da cobertura florestal com a produção de alimentos, podendo ser para o autoconsumo ou geração de renda da família.

A coordenadora de sistemas agroflorestais do PRAD, a bióloga Suzana Alvares, afirma que o projeto proporciona a Antonina a oportunidade de se tornar um polo de produção e comercialização de mudas nativas da Mata Atlântica, por ser um dos últimos remanescentes de floresta ombrófila densa da Mata Atlântica.

“É difícil encontrar mudas dessas árvores para comprar e os agricultores podem ser um polo produtor, pois eles têm as sementes na floresta e nos sistemas agroflorestais. Eles podem usar as sementes para produzir as mudas e diversificar a renda da propriedade, causando um grande impacto socioambiental”, disse a bióloga.

É o caso do agricultor Enio Ferron, que atualmente comercializa bananas. O agricultor vê no plantio de mudas uma oportunidade de comercializar os novos tipos de árvores frutíferas na plantação. “Futuramente, [pretendo] ter um lucrinho, pois é lucrativo para todo mundo”, afirmou o agricultor.

Portos do Paraná na COP28

O PRAD é um dos projetos que será apresentado na Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP28), realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O evento acontecerá entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes. 

“Mais uma vez, a Portos do Paraná consegue demonstrar ao mundo seus programas ambientais. Os nossos programas ambientas comprovam que quanto mais investimos no porto, mais ele movimenta respeitando as melhores práticas ambientais”, afirmou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Ao ser signatária do Pacto Global da ONU, a empresa pública se compromete a somar esforços e desenvolver atividades que vão ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Milênio, os 17 objetivos. Com o PRAD, são contemplados os ODS 2 (acabar com a fome e extrema desnutrição global), 12 (consumo e produção responsáveis), 13 (ação contra a mudança global do clima), 14 (conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável) e 15 (proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres).

"Levaremos ao público mundial a maneira como executamos nossos programas ambientais vinculados à nossa Licença de Operação como condicionantes, além da forma diferenciada com que trabalhamos nossas aulas de educação ambiental junto às comunidades, levando até elas as práticas e princípios de permacultura para solucionar problemas ambientais daqueles locais", finalizou Santana.

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