O presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca, e o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira de Souza, apresentaram nesta terça-feira (07), na Escola de Governo, o projeto para a realocação das cerca de 400 famílias, em Paranaguá. Elas moram em áreas de risco, perto dos terminais portuários.

O projeto foi elaborado por determinação do governador Roberto Requião. “Queremos garantir o direito de moradia a pessoas que hoje vivem em habitações indevidamente construídas. Nós queremos que esse pessoal more extraordinariamente melhor do que está morando e que permita o funcionamento tranquilo do porto”, enfatizou o governador Requião.

“As famílias vão ser convidadas a mudar para o Bairro Novo das Escolas, assim chamado porque é um empreendimento com escolas municipal, estadual e escola técnica federal (IFET)”, explicou Rafael Greca . A maioria das casas será construída em terreno que já pertence à Cohapar e, outras, em áreas que serão negociados com a prefeitura. As casas serão pagas integralmente pela Appa, com investimentos de aproximadamente R$ 8 milhões.

Para o superintendente da Appa, a parceria com a Cohapar vai permitir a solução definitiva para o problema da ocupação irregular da área, que já dura três décadas. “Tirar essas famílias da área de risco é resgate social de um passivo de mais de 30 anos. Com o passar dos anos houve essa invasão de uma área pública e que foi se aproximando dos terminais inflamáveis, expondo essas famílias a risco”.

BAIRRO - O Bairro Novo das Escolas no Rio da Vila, região conhecida como Porto Seguro, deve receber as cerca de 400 famílias que vivem na Vila Becker e da Anhaia, já cadastradas pela equipe social da Cohapar, todas com renda mensal que varia entre um e dois salários.

“A idéia é tirar as famílias das áreas de risco e levá-las para um ‘porto seguro’, um lugar onde não exista risco de explosão, nem o risco dos terminais graneleiros. Hoje, as vilas Becker e a Anhaia estão em áreas muito impróprias para habitar, embora pareça que lá não se corra risco algum, a proximidade dos terminais de combustível a granel, do terminal de álcool e do terminal de gás, pode ocasionar uma tragédia”, alertou Greca.

PROJETO - Os moradores da Vila Becker e do Canal da Anhaia moram no local há mais de 30 anos e ocupam irregularmente uma área cercada por cinco empresas que movimentam cargas de alto risco – Cattalini, Transpetro, Fospar, Mosaik e União Vopak.

O local para onde as famílias devem ser realocadas fica próximo a outro conjunto da Cohapar em Paranaguá, com 200 casas, urbanização básica, além de escola estadual, municipal e da Escola Técnica Federal. No local, já existem linhas de transporte coletivo que levam até o centro de Paranaguá.

Daniel citou a possibilidade de expansão portuária para gerar emprego e renda com a recuperação da área onde hoje estão as moradias irregulares. “Faremos esse resgate social e, pela primeira vez, muitas destas famílias terão título de propriedade em suas mãos. Isto é um patrimônio inestimável para aqueles que em sua esmagadora maioria nunca tiveram nada em seu nome. É uma herança positiva que esse governo deixa para aquela comunidade”, analisou o superintendente da Appa.