Porto de Paranaguá registra importação recorde de fertilizantes 28/05/2010 - 11:00

O Porto de Paranaguá registrou no último mês a movimentação de 584 mil toneladas de fertilizantes: a maior quantidade de importação para o mês de abril em oito anos. Com isso, chega a quase 2 milhões de toneladas o total deste tipo de carga recebido através do terminal paranaense no primeiro quadrimestre de 2010.

Segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Porto de Paranaguá recebe 52% de toda a matéria prima para a produção de adubos do Brasil. Desde janeiro, foram desembarcados mais que o dobro de fertilizantes que o porto de Rio Grande (cerca de 605 mil toneladas), no Rio Grande do Sul, e quase quatro vezes mais que o porto de Santos (445 mil), em São Paulo.

A expectativa das quatro empresas operadoras que atuam com este tipo de carga no Porto de Paranaguá (Harbor, Rocha Top, Forte Solo e Fospar) é que até o fim do ano sejam movimentadas 7 milhões de toneladas de produtos como uréia, cloreto de potássio e nitratos. “Estamos otimistas com a retomada da economia mundial depois da crise do ano passado e com as melhorias feitas no porto nos últimos anos”, afirmou o gerente da Harbor Halysson, Leandro da Silveira.

“Os investimentos em infraestrutura e equipamentos garantiram agilidade e rapidez ao processo de retirada da carga dos navios e o transporte para os armazéns. Foram essenciais as obras de concretagem das ruas de acesso e da faixa portuária, a instalação de mais balanças de pesagem, o cadastro online de entrada de caminhões, além da maior segurança e controle de acesso”, afirmou Silveira.

Entre os fatores que tornam o Porto de Paranaguá a principal porta de entrada de fertilizantes está a eficiência logística, que deixa o transporte de cargas para o interior do país mais barato. “O Porto de Paranaguá tem modais integrados. Os produtos exportados e importados podem sair daqui e chegar ao destino final via rodovias e ferrovias, intercalando as duas. Assim, o produto deixa o Paraná com destino ao Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás”, disse o gerente da fábrica de fertilizantes Fertipar, Laertes Feldmann.

Outra vantagem, de acordo com ele, é a diferença tarifária. Um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que a diferença de valores para a movimentação, descarga e baldeação de granéis, por exemplo, chega a 158% na comparação entre o Porto de Paranaguá (R$ 1,70 por tonelada) e o Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul (R$ 4,40 por tonelada).

AGRONEGÓCIO - O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Mario Lobo Filho, reforça a logística criada com a exportação de grãos e importação de fertilizantes. “Paranaguá é hoje o porto do agronegócio brasileiro, ainda que tenha se consolidado como importante ponto para movimentação de contêineres, congelados e veículos. Estamos entre os líderes nacionais em exportação de grãos e isto garante uma vantagem financeira que é o frete de retorno”, disse.

“Funciona assim: os caminhões e trens chegam com farelo ou grão para exportação e na volta, ao invés de retornarem vazios, carregam os produtos para produção de adubo que foram importados por Paranaguá. Chamamos este processo de logística da soja, que dá mais eficiência e lucratividade para os usuários dos portos do Estado”, afirmou Lobo Filho.

Movimentação de fertilizantes por ano (toneladas)

2003 – 6.379.566

2004 – 6.396.173

2005 – 5.140.952

2006 – 5.276.642

2007 – 8.317.000

2008 – 6.617.905

2009 – 4.949.878

2010 (até abril) – 1.984.925

* Dados das operadoras portuárias

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