Porto de Paranaguá é líder nacional nas exportações de óleo vegetal 25/11/2009 - 17:10

As exportações de óleo vegetal, entre janeiro e outubro deste ano, pelo Porto de Paranaguá, renderam ao complexo portuário paranaense a liderança nos embarques entre os portos brasileiros. No acumulado do ano, foram embarcadas 763,3 mil toneladas do produto, principalmente para países como a China e Índia, que respondem por quase 50% do total exportado.

Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), o Porto de Rio Grande está na segunda colocação entre os portos que mais exportaram óleo vegetal no acumulado dos dez primeiros meses de 2009, com 336,8 mil toneladas embarcadas – menos da metade do volume exportado por Paranaguá - e em terceiro lugar o Porto de Santos, com 200,4 mil toneladas.

Em relação ao acumulado de 2008, as exportações brasileiras de óleo de soja, de maneira geral, sofreram redução. No Porto de Paranaguá, a queda foi de 35,4%; no Rio Grande do Sul, 29,9% e em Santos 31%. Executivos do setor apontaram a crise econômica internacional como principal fator de desestímulo os embarques do produto, que foi em boa parte direcionado ao mercado nacional.

Instalada há 30 anos no Porto de Paranaguá, a União Vopak precisou diversificar seu leque de mercadorias para poder enfrentar a crise. A empresa tem o óleo vegetal como principal produto de sua pauta de exportações e prevê encerrar 2009 com volume abaixo do exportado do ano passado. Em 2008, a empresa embarcou 650 mil toneladas de óleo de soja.

“Devido à sazonalidade do óleo vegetal e a crise econômica, estamos diversificando a grade de produtos do nosso terminal. Acredito que iremos encerrar este ano com volume bem abaixo em relação a 2008. Não devemos atingir 250 mil toneladas em 2009 na exportação de óleo vegetal”, avaliou o gerente operacional da União Vopak, Sérgio Marcos Monteiro.

A Imcopa, que tem na sua unidade em Araucária (Região Metropolitana de Curitiba) a maior fábrica de farelo de soja concentrado em larga escala do mundo e a única da América Latina, também sentiu os reflexos da crise internacional e reduziu substancialmente as exportações do produto.

Dificuldades financeiras enfrentadas em 2009 levaram a Imcopa a diminuir sua produção em 50%. Somado a isso, houve redução expressiva nas exportações em razão da desvalorização do dólar e da retração no mercado internacional por conta da crise. “Talvez, esse seja um dos principais motivos da redução das exportações em Paranaguá”, ponderou o diretor de operações da Imcopa, Enrique Traver. No ano passado, a empresa exportou aproximadamente 400 mil toneladas de óleo e deve fechar 2009 com 30 mil toneladas.

“Há também uma tendência de redução na exportação de óleo vegetal em função do aumento da produção de biodiesel e isso deverá continuar ao longo dos próximos anos. Sem dúvida, o biodiesel tem grande parcela de contribuição na redução das exportações de óleo”, acrescentou o executivo.

Traver acredita em uma recuperação gradativa nos volumes de produção e de exportação a partir de 2010. “A Imcopa voltará ao seu nível de produção normal, devendo produzir cerca de 350 mil toneladas de óleo. Desse total, 54% serão absorvidos pelo mercado interno. As 160 mil toneladas restantes serão direcionadas à exportação, volume cinco vezes maior ao registrado em 2009.

Atualmente, a Imcopa é referência em processamento de soja não-transgênica e sustentável e por comercializar produtos para importantes empresas dos mais variados países do mundo, entre eles, Inglaterra, Alemanha, Noruega, França, Itália, Suíça, Holanda, Áustria, Bélgica, China, Japão e Nova Zelândia.

De janeiro a outubro deste ano, a receita cambial gerada a partir das exportações de óleo vegetal no Porto de Paranaguá foi de US$ 599,9 milhões, o equivalente a 5,58% do total registrado no período, que chegou a US$ 10,7 bilhões.

Óleo vegetal
O óleo originado no esmagamento dos grãos de soja é denominado óleo bruto. A partir dele são produzidos o óleo degomado, usado para enriquecer a ração animal e o óleo refinado, que pode ser usado para consumo humano ou para a produção de biodiesel.