Uma operação conjunta entre a Polícia Federal, Receita Federal e Interpol resultou na apreensão, no final da tarde desta quinta-feira (05), de cerca de quatro toneladas de cocaína em Paranaguá. A carga estava camuflada em contêineres carregados de madeira e seguiria para a Romênia através do Porto de Paranaguá.

De acordo com o delegado da Polícia Federal, Wagner Mesquita de Oliveira, esta é a segunda maior apreensão de drogas feitas no Brasil e a maior do Paraná. “A fiscalização das cargas no Porto existe e é eficiente. Acontece que os bandidos têm know how, sabem que a madeira dificulta bastante o trabalho dos fiscais e vão tentando burlar o sistema”, explicou.

Segundo a Polícia Federal, na sexta-feira passada (30/01) a Interpol apreendeu 1,2 tonelada de cocaína na Romênia. A droga entrou no país em contêineres e teria saído do Porto de Paranaguá. A Polícia Federal e a Receita Federal foram avisadas e começaram um trabalho de rastreamento, para identificar a empresa que tinha feito a remessa para a Romênia.

O inspetor chefe da Receita Federal em Paranaguá, Arthur Cazella, disse que a empresa foi identificada e descobriu-se que ela faria mais um embarque através do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) nesta sexta-feira (05). “Montamos esta operação conjunta e fizemos o flagrante”, explicou.

O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Daniel Lúcio Oliveira de Souza, elogiou o trabalho da Polícia Federal e da Receita. “Esta brilhante operação mostra o entrosamento dos órgãos que trabalham no Porto de Paranaguá, buscando o combate ao crime organizado. As autoridades estão plenamente sintonizadas”, disse.

Dentro dos containeres, as chapas de maneira empilhadas eram ocas e escondiam pacotes de cocaína. Ao todo, cinco contêineres foram apreendidos. De acordo com informações da Receita Federal, cada pacote de um quilo da droga vale em média US$ 80 mil no Leste Europeu. Considerando que foram aprendidos cerca de 4 mil pacotes da droga, a carga está avaliada em cerca de US$ 320 milhões.

A delegacia da Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar as responsabilidades e quem está envolvido. Ninguém foi preso até agora. O nome da empresa que estava exportando a carga com drogas não foi divulgado para não atrapalhar as investigações.

Fiscalização – Toda a carga em contêineres que sai pelo Porto de Paranaguá através do (TCP) é vistoriada pela Receita Federal, Polícia Federal e órgãos como Ibama e Ministério da Agricultura. A Autoridade Pública Portuária e o TCP não têm poderes para abrir contêineres e verificar seu conteúdo.