Mulheres da Portos do Paraná desbravam o mundo 31/03/2023 - 08:33

Experiências na França, Espanha e Panamá fazem com que portuárias ganhem mais bagagem e as coloquem como expoentes na empresa pública

O espaço que as mulheres estão conquistando na Portos do Paraná pode ser percebido também nas excursões ao exterior. Desde 2019, cinco portuárias já participaram de cursos, visitas técnicas e até um Master fora do país e a tendência é que cada vez mais elas façam esse tipo de intercâmbio. A empresa pública, inclusive, vem incentivando a maior participação feminina a adquirirem uma maior bagagem para um crescimento ainda maior dos Portos de Paranaguá e Antonina.

Pioneira em conhecer outras culturas portuárias, a analista portuária e bióloga Jaqueline Dittrich realizou o curso Gestão Portuária para Mulheres em Le Havre, na França, em 2019. “Foi uma grande experiência conhecer como eles gerenciam a relação porto/cidade. O porto de Le Havre é afastado da cidade, mas algumas ideias podemos usar também em Paranaguá. Uma viagem como essa sempre faz com que a gente ganhe bagagem, mas também podemos compartilhar o que a gente faz aqui com mulheres de outros lugares”, destacou.

Essa troca de experiência entre mulheres nesse curso em terras francesas é incentivada pela Organização das Nações Unidas para a redução da desigualdade de gênero no setor portuário. Mulheres portuárias do mundo inteiro aprendem um pouco e expõem um pouco de suas realidades para as companheiras de sala de aula.

E, em novembro passado, quem também esteve presente em Le Havre foi a Coordenadora de Programas Institucionais, Nájia Furlan. “Lá estávamos, 21 mulheres, de 14 nacionalidades diferentes. Fiquei realmente impressionada com as atividades do porto de Le Havre. Porém, fiquei especialmente maravilhada com o conhecimento dessas portuárias do mundo. Foi uma incrível jornada. Uma oportunidade fantástica. Foi um encontro especial com portuárias incríveis que realmente fazem a diferença para a atividade em seus países de origem”, relata.

No caso de Juliana Vendrami, a experiência também foi na Europa, mas na Espanha. “Participei da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em 2019, também conhecida como COP 25, em Madri (Espanha), e foi uma experiência única de me envolver mais com as discussões globais sobre o clima, que abordaram as questões de redução de emissões de gases de efeito estufa, da adaptação às mudanças climáticas, da proteção de florestas e a cooperação internacional”, relembra.

Já no continente americano, Adrielle Lourenço, foi ver de perto como funciona o Canal do Panamá, no país de mesmo nome na América Central. “A visita técnica possibilitou experiências grandiosas, dentre as quais, a possibilidade de conhecer o sistema de funcionamento das eclusas que permitem a travessia das embarcações entre o oceano atlântico e pacífico, a visitação ao centro de formação profissional e desenvolvimento do canal do Panamá”, aponta a técnica portuária, única mulher neste curso dentre representantes de Portos da Angola, Porto de Itaqui, ANTAQ e da UNISUL.

Por sua vez, Núria Bianco, assessora especial e chefe da Gerência de Comunicação e Marketing foi a primeira mulher da empresa pública a iniciar o Máster em Gestão Portuária e Transporte Intermodal, parceria entre Ministério da Infraestrutura, Fundación Valenciaport e Universidade Politécnica de Valência, da Espanha. “Para mim, esta tem sido uma experiência transformadora. É extremamente rico, não só pelo conteúdo e por todo o apoio e suporte que a Fundación Valenciaport nos dá, mas principalmente pela troca de experiência nesses dias, junto com profissionais, dos mais diferentes setores e de todas as partes do Brasil”, avalia a analista que esteve este mês em Valência.

INCENTIVO – A Portos do Paraná irá destinar 50% das vagas nos próximos cursos de capacitação para as mulheres portuárias. Essa é uma forma de qualificar ainda mais as portuárias num ambiente ainda predominantemente masculino. “Além de poder dialogar com outros profissionais discutindo sobre logística internacional, são momentos que agregaram valor e experiências que ampliam a visão para o desenvolvimento do trabalho em nossos portos”, diz Adrielle.

Na visão de Juliana, essa nova política da Portos do Paraná pode ampliar a participação das mulheres em cargos de liderança. “Ainda pode ser observado que as mulheres continuavam sendo sub-representadas em posições de liderança, mas a presença feminina vem aumentando ao longo dos anos. Garantir uma maior representação e inclusão de mulheres nos eventos significa fornecer oportunidades iguais para mulheres participarem em posições de liderança, garantir que suas perspectivas sejam valorizadas e incluídas nas discussões”, finaliza.

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