Movimento de caminhões para desembarque de grãos no Porto de Paranaguá aumenta 200% 08/02/2010 - 17:40

O movimento de caminhões rumo ao Porto de Paranaguá para desembarcar a safra de grãos 2009/2010 - que deverá ser recorde - aumentou quase 200% entre a semana passada e esta. O cálculo levou em consideração o número de veículos que começou a circular pelo Pátio Público de Triagem, onde a passagem das cargas de soja, milho e farelos para a pré-classificação é obrigatória. A média diária de aproximadamente 300 caminhões subiu para mais de 800, indicando uma antecipação operacional da safra.

Além de antecipar os embarques de soja, que normalmente começam em março, o aumento repentino na movimentação de caminhões rumo ao Porto de Paranaguá pode ser explicado pela proximidade do feriadão de carnaval. Nesse período, o tráfego de caminhões em algumas rodovias federais de pista simples fica proibido.

Desta segunda-feira (08) até o final do mês há, por enquanto, quatro navios graneleiros, na programação da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), para embarcar mais de 158 mil toneladas de soja. Esses números são atualizados diariamente, à medida que outros navios entram na programação.

Segundo informações da área operacional da Appa, neste início do embarque da safra, os terminais exportadores de granéis ainda estão ajustando suas operações. Alguns terminais estão escoando, paralelamente, parte do trigo leiloado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) e o açúcar excedente da safra passada, por exemplo.

Desde o dia 1.º deste mês, o Pátio de Triagem está recebendo apenas caminhões carregados com soja, milho e farelos. Nesse período, o uso do pátio é priorizado para essas cargas, cuja classificação é obrigatória, em razão do volume ser significativamente maior.

Este ano, a expectativa é de aumento nas exportações de grãos pelo Porto de Paranaguá, não só pela projeção de safra recorde, mas, principalmente, em razão das boas condições de navegabilidade e da infraestrutura logística. “Nós estamos com um movimento muito grande de empresas de navegação, que estão contratando escalas de navios para Paranaguá para exportação de grãos. Temos uma projeção de um crescimento de 20% a 25% dos embarques, tanto de soja como farelo”, afirmou o superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza.

REGRAS – Para evitar filas de caminhões ao longo da BR-277, entre Curitiba e Paranaguá, e garantir dinamismo aos embarques de grãos durante os picos de safra, a Appa instituiu regras para o recebimento, descarga e embarque, que estão em vigor desde 2004 e vêm sendo constantemente atualizadas e aprimoradas. Uma das principais mudanças foi a exigência de que todos os caminhões com destino ao Porto de Paranaguá tenham suas cargas negociadas previamente, que haja espaço nos armazéns e que os navios para receber as mercadorias já estejam na programação de atracação.

O cadastro prévio dos caminhões foi um dos assuntos tratados na reunião da Operação Safra, realizada nesta segunda-feira (08), envolvendo representantes da área operacional e de segurança da Appa, Polícia Militar, Guarda Portuária, Polícia Rodoviária Federal, Ecovia (concessionária que administra a BR-277, no trecho entre Curitiba e Paranaguá) e das principais empresas que exportam grãos pelo Porto de Paranaguá.

Os operadores portuários admitem que alguns produtores desrespeitam essas regras e enviam suas cargas para Paranaguá, sem que estas estejam previamente programadas para embarcar. Segundo eles, quando os produtores não têm espaço para armazenagem em seus silos, “transferem o problema para Paranaguá.”

De acordo com o superintendente da Appa, o Porto de Paranaguá se preparou para receber a safra recorde de grãos do Paraná, que deverá ter um crescimento de 15,8%, e de outros estados produtores como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Nosso Corredor de Exportação passou por manutenção nos equipamentos e no Silo Público e os sistemas de gerenciamento de cargas foram atualizados. O bom escoamento dessa safra, no entanto, dependerá da participação e colaboração de todos os que usufruem ou atuam diretamente nessa cadeia logística”, afirmou.

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