Módulos “gigantes” de nova unidade da Repar chegam ao Porto de Paranaguá 03/12/2009 - 17:40

Uma engenhosa operação para o desembarque de módulos que formarão a nova Unidade de Reforma Catalítica da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) – subsidiária da Petrobras, em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba – foi iniciada na manhã desta quinta-feira (03), no Porto de Paranaguá. Cada um dos três módulos tem, em média, 26 metros de comprimento, 8 metros de largura, 8,5 metros de altura e pesam entre 120 e 140 toneladas. Quando montada, a unidade, que se destina ao processamento de gasolina para reduzir o teor de enxofre, terá mais de 75 metros de altura ou o equivalente a um prédio de quase 20 andares.

Os equipamentos vieram no navio BBC Flórida, que saiu de Abu Dhabi, capital e segunda maior cidade dos Emirados Árabes Unidos, onde foram montados pela empresa norte-americana UOP, única detentora dessa tecnologia. A embarcação foi fretada exclusivamente para o transporte das peças da Petrobras. Outros quatro módulos menores, de 16 metros de comprimento, 3,80 metros de largura, 4 metros de altura e pesando 30 toneladas, cada um, que compõem os equipamentos de acesso à unidade (escadarias) e outros sete contêineres com o restante dos acessórios vieram na mesma embarcação.

O gerente operacional da agência marítima Star Ship, Marcos Calixto, relatou que essa é uma das operações mais trabalhosas em que já participou. Segundo ele, o tamanho e peso dos módulos exigem um cuidado extremo no desembarque para evitar que o navio aderne. É preciso compensar a retirada do peso enchendo parte do porão do navio com água – o chamado lastreamento ou lastragem.

As peças, explicou Calixto, haviam sido soldadas no porão do BBC Flórida para evitar seu deslocamento durante a viagem. Somente o preparo para o engate dos cabos para içar os módulos levou cerca de duas horas. A previsão é de que o desembarque seja concluído nesta sexta-feira (04).

Segundo o técnico da área de logística e transporte da Petrobras do Rio de Janeiro, Reinaldo Martins, o planejamento para a aquisição da nova unidade – investimento de aproximadamente R$ 22 milhões - e seu transporte até a refinaria em Araucária começou há cerca de dois anos. Foi preciso considerar, entre outros aspectos, se o transporte dos Emirados Árabes até Araucária seria viável em função do tamanho dos módulos. De acordo com Martins, esse é o maior equipamento já transportado pela Petrobras.

O transporte dos equipamentos até a unidade da Repar em Araucária exigirá uma outra megaoperação, envolvendo a concessionária que administra a BR-277 entre Paranaguá e Curitiba, a Ecovia, Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Polícia Rodoviária federal (PRF). Há trechos da rodovia sendo especialmente preparados para o trânsito dos caminhões que farão o transporte. Em alguns pontos será necessário retirar a rede de energia elétrica para passagem das peças. Daí a necessidade do acompanhamento de técnicos da Copel para retirar e repor os fios assim que o comboio passar. A estimativa é que sejam necessários quatro dias para percorrer os 108 quilômetros até à refinaria.

Os equipamentos da Repar ficarão armazenados no cais do Porto de Paranaguá, pois ainda precisam ser nacionalizados para que a Receita Federal libere seu transporte ao destino. A expectativa, segundo Martins, é que a remoção se dê antes do dia 15 deste mês. Depois desse dia até 15 de janeiro, o deslocamento de cargas especiais nas rodovias brasileiras fica suspenso por determinação do DNIT.

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