Infraestrutura do Porto de Paranaguá estimula ampliação de empresa de sal 26/10/2009 - 14:50

A maior importadora de sal que opera pelo Porto de Paranaguá anunciou que irá investir R$ 3 milhões em nova unidade industrial no município, motivada pelo aumento nas vendas este ano. A nova planta de processamento de sal da Romani S.A. deverá gerar 100 empregos diretos e produzir 6 mil toneladas por mês de sal refinado. O incremento de 35% na produção atual vai abastecer os mercados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.

A unidade começará a ser construída no ano que vem. Atualmente, a Romani, que está há quase 50 anos em Paranaguá, emprega cerca de 250 pessoas e processa 17 mil toneladas de sal refinado por mês. “Estamos confiantes no mercado e na economia nacional, por isso, vamos ampliar nossa produção com a construção da nova fábrica”, afirmou o diretor da empresa, Agenor Tavares.

Ele também ressaltou que a parceria com o porto encoraja a empresa a fazer o investimento. “A nossa matéria-prima depende do porto e da sua agilidade. Graças à preferência de atracação concedida aos navios com sal, não há esperas e a logística nos atende muito bem.”

Desde 2007, uma ordem de serviço da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) determina a concessão de berços preferenciais de atracação para os navios com sal, com intervalo mínimo de 40 dias entre elas. Os navios precisam realizar descarga mínima de 25 mil toneladas do produto e não podem ficar atracados mais de quatro dias operáveis. “Como o sal tem baixo valor agregado, os períodos de espera acabavam inviabilizando os negócios”, comentou o diretor da Romani.

MERCADO – Em 2008, a empresa importou 232 mil toneladas de sal pelo Porto de Paranaguá. Desse total, 50% foram trazidos do Chile e a outra parte do Rio Grande do Norte. Este ano, o volume importado pela Romani chegará a 277 mil toneladas – aumento de quase 20% -, sendo que a maior parte virá do Chile: 170 mil toneladas.

Segundo Agenor Tavares, o aumento de 45% nas importações do sal chileno deveu-se à insegurança do mercado quanto à possibilidade da falta do produto brasileiro. A importação de matéria-prima nacional pela Romani teve queda de 8%.

“Normalmente, importamos entre 120 a 140 mil toneladas do Chile. Este ano ampliamos a compra do produto estrangeiro por causa das chuvas intensas que ocorreram no Rio Grande do Norte. Isso atrapalhou os negócios e tivemos que pedir navios extras do Chile para ter carga suficiente para atendermos nossos clientes”, disse Tavares.

De acordo com informações do Sindicato da Indústria de Extração do Sal do Rio Grande do Norte, a produção salineira do estado - responsável por 95% de todo o sal marinho extraído no Brasil - teve queda de 20%, este ano, por causa da chuva. O mau tempo compromete o processo de secagem, por isso, houve atrasos na extração, atingindo a oferta do produto e elevando seus preços.

Para Tavares, a insegurança sobre a possível falta do sal brasileiro influenciou as decisões comerciais de clientes como a Perdigão. A empresa que antes comercializava o sal diretamente de produtores do Rio Grande do Norte, este ano, preferiu que a Romani fornecesse o produto para abastecer as unidades instaladas nos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Para atender o crescimento da demanda, a Romani teve que ampliar os turnos de trabalho e acelerar a produção, que passou de 14 mil toneladas/mês para as atuais 17 mil toneladas/mês. “Antes parávamos a fábrica para fazermos a manutenção dos equipamentos durante todo o domingo. Agora, a revisão das máquinas continua sendo feita no domingo, mas apenas em um período de seis horas. O restante do tempo usamos para produção e nos feriados também trabalhamos normalmente”, informou o diretor da Romani.

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