Incêndio próximo ao terminal de álcool reforça necessidade de realocação de famílias 10/07/2008 - 11:00

    A ação imediata dos brigadistas da Guarda Portuária da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) evitou que um incêndio iniciado numa das casas próximas ao Terminal Público de Álcool atingisse outras moradias. O fogo começou no início da manhã de quarta-feira (09) numa casa de madeira. No momento do incêndio não havia ninguém na residência e não houve feridos. A casa estava no bairro Vila da Madeira, uma área pública ocupada irregularmente há mais de 20 anos.
    O primeiro combate às chamas foi feito pelos brigadistas da Appa com o apoio de funcionários do terminal de inflamáveis União Vopack, vizinho às casas. Com a chegada do Corpo de Bombeiros, o incêndio foi totalmente controlado. A área residencial foi isolada num primeiro momento para evitar novos acidentes. As operações dos terminais público e privado de líquidos não foram comprometidas.
    O bairro Vila da Madeira está situado numa área onde estão instaladas empresas que movimentam produtos inflamáveis. Mosaic, Fospar, Cattalini, União Vopack e Petrobrás, além do Terminal Público de Álcool, concentram suas atividades naquela área. As empresas privadas estão instaladas na região há mais de 25 anos.

Realocação – “Quando solicitamos ao IAP a licença para instalação do Terminal Público de Álcool, em 2006, foi colocado que seria indispensável à realocação daquelas pessoas. Eu fui ao bairro pessoalmente e recebi moradores em meu gabinete em busca de uma solução, mas a situação transformou-se num movimento político. Inicialmente conseguimos um bom diálogo. Mas, depois tudo se reverteu e os moradores da área invadida supervalorizaram os imóveis irregulares”, disse o superintendente.
    No final de 2007, o superintendente da Appa reuniu-se novamente com uma comissão formada por representantes da área ocupada para buscar uma solução para as famílias que moram irregularmente no local, considerado de risco por órgãos de segurança. A proposta da Appa não foi aceita pelos moradores, que pediram pelas casas valores maiores do que os praticados no mercado imobiliário. Algumas pessoas pediram R$ 60 mil por um barraco e R$ 400 mil por imóveis maiores.

Vandalismo - Moradores da região contaram que, à noite, os dutos do terminal público vêm sendo alvos de vândalos que tentam romper as linhas de operação com golpes de machado e marreta. “É urgente que as pessoas saiam do local e parem de ser pressionadas por pessoas que querem se aproveitar de uma situação emergencial como essa. Queremos garantir a segurança da população e a continuidade dos trabalhos do Porto, mas para isso também contamos com o bom senso de toda a comunidade. Nosso objetivo é retomar essas negociações e resolver o problema”, finalizou o superintendente da Appa.
    As ações de vandalismo contra as tubulações foram relatadas no Boletim de Ocorrência lavrado na Delegacia de Paranaguá. No documento, o gerente do Terminal, José César Bittencourt, disse ter ouvido relatos de moradores sobre uma pessoa descontrolada que golpeava os dutos com um machado. “Pedimos providências para apurar estas ocorrências”, disse o gerente.