Exportações de soja aumentam 29% no Porto de Paranaguá 16/06/2009 - 17:02

As exportações de soja pelo Porto de Paranaguá no acumulado do ano tiveram um aumento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 3,4 milhões de toneladas entre janeiro e 14 de junho de 2009, contra 2,6 milhões de toneladas no acumulado no mesmo período de 2008.

Nesta terça-feira (16), três navios estavam no Corredor Público de Atracação embarcando 153 mil toneladas de soja. Outras três embarcações estão ao largo aguardando para atracar e receber outras 165 mil toneladas do grão. Segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), a China continua sendo o principal destino da soja exportada no Porto de Paranaguá, com quase 30% dos embarques, seguida da Holanda, Espanha, Coreia do Sul e Irã.

“O mercado de soja lá fora é bastante concentrado na China e se esse país continuar mantendo os níveis de consumo em elevação, acreditamos que os volumes de exportação de soja permanecerão em ascendência ou pouco sensíveis aos efeitos da crise internacional. Por ser um alimento, a soja é um produto menos sensível a momentos de riscos de queda de demanda como o atual. Acredito que as exportações de soja, neste ano, no Porto de Paranaguá, atinjam um aumento de 15% em comparação a 2008”, comentou o gerente da Companhia Brasileira de Logística (CBL), Washington Viana. A CBL é uma das empresas que mais exportam grãos pelo Porto de Paranaguá.

Mercado
O preço médio da saca de soja em junho, no Porto de Paranaguá, alcançou R$ 45,50, valor acima do registrado em junho do ano passado e que vem estimulando a comercialização do produto, segundo informações do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

O levantamento do Deral aponta que, até 16 de junho, foram vendidos cerca de 68% da soja paranaense, safra 2008/09. Em igual período de 2008, quando a safra foi 24% maior que a atual, os sojicultores já haviam comercializado aproximadamente 71% de sua produção.

“A atual situação mercadológica internacional não está alarmando os produtores brasileiros, em virtude dos bons preços praticados. Ainda há incertezas sobre a safra americana, que está sendo plantada, e o resultado da próxima safra brasileira, que terá seu plantio iniciado a partir de outubro”, avaliou o engenheiro agrônomo do Deral, Otmar Hubner.

Para Hubner, a situação de abastecimento mundial se mostra interessante para os agricultores brasileiros. “O estoque mundial de soja estimado pelo Departamento de Agricultura Americano para a temporada 2009/10, será maior que o da safra anterior, mas ainda estará entre os menores dos últimos anos. Portanto, qualquer problema que venha a ocorrer nesta próxima safra poderá alavancar os preços internacionais, principalmente se o consumo mundial permanecer aquecido”, declarou.