Estabilidade nos números mostra que crise não afetou navegação marítima 28/12/2009 - 15:20

Entre janeiro e novembro deste ano, 2.139 navios atracaram nos portos de Paranaguá e Antonina para movimentar mais de 29 milhões de toneladas de produtos. O número praticamente equivale-se ao registrado no acumulado do ano passado, quando 2.148 embarcações atracaram nos complexos portuários paranaenses. Para executivos da área de agenciamento marítimo, o equilíbrio no número de navios mostra que a crise econômica internacional não teve maiores consequências no segmento.

A Agência Marítima Cargonave, uma das principais empresas do setor em atuação no Porto de Paranaguá, registrou um aumento de 10% no número de navios agenciados até novembro, ultrapassando estimativas feitas no início do ano. “O Brasil saiu rapidamente de uma crise internacional que aparentava afetar nossas atividades e tínhamos algumas restrições de navegação que foram superadas. No início de 2009, esperávamos uma queda de 10% no número de navios agenciados, mas fecharemos este ano com um aumento que poderá chegar a 12% em relação a 2008”, disse o diretor da Cargonave, Vitor Simões Pinto.

De acordo com o executivo, ações de marketing, visitas a clientes estrangeiros e investimentos em mão-de-obra especializada contribuíram para que a empresa ampliasse sua carteira de clientes, principalmente da Ásia, maior compradora de soja exportada pelo Porto de Paranaguá. A Cargonave é especialista no agenciamento de navios sem linha regular, que movimentam granéis líquidos e sólidos, além de veículos e carga geral. Em 2009, a empresa não agenciou nenhum navio para movimentação de contêineres.

Informações da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) mostram que, no acumulado do ano, 38% das embarcações movimentaram contêineres e 32% movimentaram granéis sólidos, sendo 47% do volume geral de navios com metragem que variou entre 151 e 200 metros de comprimento.

Para a Wilson Sons, uma das empresas que mais agenciou navios em 2009, no Porto de Paranaguá, o ano foi considerado razoável, mas com resultados melhores que os esperados. A empresa atua no agenciamento de navios que movimentam granéis líquidos e sólidos, com maior volume para embarcações conteineiras. A cada semana, em média, cinco navios com contêineres operam no Porto de Paranaguá agenciados pela Wilson Sons.

“A área de navegação é muito instável e depende do comportamento do mercado. A crise econômica e uma safra agrícola com resultados menores foram os principais fatores que contribuíram para que o ano não fosse melhor. Mesmo assim, 2009 superou as perspectivas que não eram tão positivas”, disse Adriano Luciano Pereira da Cunha, da área de agenciamento marítimo da Wilson Sons.

Cada uma das embarcações que atraca nos Portos de Paranaguá e Antonina traz, em média, 20 tripulantes que atuam diretamente na operação das embarcações. São, na maioria, filipinos, liberianos, panamenhos, chineses e europeus. Entre as principais bandeiras, a liberiana é que mais aparece entre as embarcações que chegam ao porto, com 18,8%, seguida da panamenha, com 17,1%.

AGÊNCIAS - As agências de navegação marítima são as representantes dos armadores (donos dos navios), em portos nacionais, perante autoridades constituídas, administrações, transportadores e auxiliares do comércio internacional.
Mais de 80% do comércio mundial é feito em navios. No Brasil, a participação chega a ser de 95%. O papel do agente marítimo é ser o intermediário entre as embarcações e os portos nacionais onde acontecerá a movimentação da mercadoria.