Draga chega ao Porto de Paranaguá 23/01/2009 - 12:20

Está atracada no cais do Porto de Paranaguá a draga HAM 310, que vai realizar a dragagem emergencial do Canal da Galheta. Ela chegou por volta das 10 horas da manhã desta sexta-feira (23) e ficará no cais até que toda a documentação exigida por órgãos como Capitania dos Portos, Ministério do Trabalho, Polícia Federal e Receita Federal sejam entregues. A previsão é que a dragagem seja iniciada em até 10 dias.

O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Daniel Lúcio Oliveira de Souza disse que, paralelamente à realização da dragagem, a Appa vai contratar simulações de navios no Canal da Galheta. “Quando terminarmos a dragagem, estaremos concluindo todo um processo de simulação, realizado em conjunto com a Universidade do Rio de Janeiro e também com a USP e apresentaremos os relatórios de conclusão à Capitania dos Portos. Estes relatórios de simulação vão permitir que a capitania libere os Portos do Paraná para navios acima de 300 metros, que são os navios chamados Pós-Panamax”, explicou o superintendente.

Atualmente, a norma de navegação vigente em Paranaguá – que data de 1999 – permite a entrada de navios de até 285 metros (os chamados Navios Panamax). Durante a reunião que teve com o novo comandante da Capitania dos Portos em Paranaguá, Capitão-de-Mar-e-Guerra Marcos Antônio Nóbrega Rios, o superintendente da Appa falou sobre o desejo de aumentar o tamanho dos navios que podem ser recebidos nos Portos do Paraná.

“O Capitão Rios está alinhado a esta idéia, de colocar nosso porto em um novo status de operação, com navios acima de 300 metros. Com navios maiores, o custo do frete cai e nós conquistamos maior competitividade”, disse Souza.

De acordo com o superintendente, os navios graneleiros de grande porte permitem uma queda acentuada no custo do frete. Para navios de soja e milho, por exemplo, o custo chega a ser US$ 20 menor do que em navios de menor porte. “Isso representa maior competitividade dos nossos grãos nos mercados internacionais. A crise econômica internacional é uma oportunidade para que nós melhoremos nossa infraestrutura e possamos receber navios maiores. Com isso, baixarmos o custo dos fretes, aumentarmos nossa competitividade e geramos mais renda não só na comunidade portuária, mas em toda a economia onde a influencia dos portos paranaenses é evidente”, afirmou o superintendente.

Para o diretor-superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva, a realização da dragagem no Canal da Galheta é vital para o Porto de Paranaguá. “O Porto de Paranaguá depende estrategicamente do resgate da profundidade do Canal da Galheta. Só assim poderemos desenvolver projetos que contemplem navios maiores porque as embarcações não param de crescer. Num ambiente de crise econômica nós temos que dar mais produtividade ao nosso porto, para baratear o custo total e viabilizar as operações”, disse.

A draga HAM 310 tem bandeira holandesa, foi construída em 1985 e passou por uma reforma e atualização no ano 2000. A embarcação tem 167,3 metros de comprimento e 23,04 metros de largura. Ela conta com uma cisterna de 13,5 mil metros cúbicos e acaba de chegar de Dubai, onde estava realizando trabalhos de dragagens para a construção de ilhas artificiais. A empresa carioca Somar Serviços de Operações Marítimas venceu a consulta pública de preços realizada pela Appa e fará o serviço. O volume total a ser dragado é de 3,67 milhões de metros cúbicos a um valor de R$ 29,367 milhões. O prazo para realização da obra é de 100 dias.

A área que será dragada tem cerca de seis quilômetros de comprimento e 200 metros de largura. Com a conclusão dos trabalhos, o Canal da Galheta voltará a ter 15 metros de profundidade.