Expedição para recuperação das bóias mostrou que os equipamentos sofreram atos de vandalismo a partir de janeiro

Uma equipe de funcionários da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) providenciou a manutenção de quatro das nove bóias localizadas no Canal da Galheta que apresentavam problemas, restringindo a navegação noturna. A ação fez com que a Capitania de Portos do Paraná emitisse a Portaria 21/2008, que liberou nesta terça-feira (26) a navegação na área de fundeio. O conserto das demais bóias está previsto para essa semana, se as condições climáticas permitirem.

Uma avaliação minuciosa nas bóias que delimitam o canal de navegação do Porto de Paranaguá mostrou que os equipamentos sofreram atos de vandalismo a partir de janeiro, trazendo prejuízos à qualidade dos serviços fornecidos principalmente à noite. Técnicos da Appa verificaram in loco danos pontuais em determinadas bóias e concluíram que as partes mais afetadas foram as lâmpadas, que foram quebradas, mesmo protegidas por estruturas de ferro e os painéis solares. Durante a fiscalização, eles fizeram a substituição de materiais e recuperaram os equipamentos.

“Verificamos que a causa dos danos foi um processo contínuo de vandalismo ocorrido a partir de janeiro, o que fez com que algumas bóias da área de fundeio ficassem inoperantes. Essa situação contraria os altos índices de eficiência na navegação noturna que alcançamos em 2007 junto à Capitania dos Portos do Paraná”, declarou o diretor administrativo-financeiro da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza. No último final de semana, ele acompanhou a equipe de técnicos do Porto no trabalho de recuperação da sinalização náutica, que contou também com a participação do chefe do Departamento de Operações Portuárias, Cláuber Candian. Em virtude do mau tempo, as atividades tiveram que ser suspensas.

Vandalismo - As bóias avariadas foram fotografadas pela equipe da Appa e as imagens foram enviadas a Sergio Vaz, da Rio Interport Consult Engenharia Ltda, empresa que forneceu os equipamentos à autarquia. Em correspondência enviada à Appa, Vaz afirmou que, “no mínimo, as avarias são intrigantes”. E continua: “é inexplicável que, em um abalroamento, a marca de tope (no alto da bóia) e o guarda-lanterna (que protege a lâmpada) tenham sido tão atingidos, sem que se perceba avarias ou marcas na parte superior do mangrulho (base da lanterna) ou mesmo na própria lanterna”.

Conforme Vaz, as avarias são muito parecidas em duas bóias, sugerindo mesmo elemento causador e idêntico procedimento e motivação. “Partes salientes do tipo círculo do corrimão e painéis solares não foram afetadas, o que contraria as expectativas ao se pensar em abalroamento. Mesmo sem propulsão, a quantidade de movimento de uma embarcação navegando no canal, ao colidir com uma bóia, seria suficiente para, pelo menos deixar marcas no corpo desta”, relatou o especialista, descartando a possibilidade de uma embarcação ter colidido com as bóias.

Diagnóstico - “Para confirmar a tese de vandalismo, temos a foto de uma bóia atingida por uma embarcação no canal de acesso ao porto carioca de Itaguaí. O navio passou por cima da bóia e, mesmo assim, ela sofreu menos prejuízos que as que foram danificadas em Paranaguá. Em Paranaguá, até mesmo a telemetria (sistema que controla o posicionamento das bóias) foi danificada”, frisou o diretor da Appa.

Nos próximos dias, técnicos da Rio Interport virão ao Porto para fazer um completo diagnóstico da condição das bóias do canal de acesso para que a Appa providencie as melhorias necessárias para a recuperação dos equipamentos o mais rápido possível.

Em setembro de 2007 foi encerrado o contrato para manutenção contínua dos sinais náuticos. Em novembro do mesmo ano, novo processo licitatório foi aberto, no entanto, seu resultado foi questionado pela segunda colocada e o certame foi anulado. Sem uma empresa contratada para o serviço, a própria Appa foi obrigada a assumir a manutenção dos sinais náuticos e vem recuperando as bóias danificadas e fazendo a manutenção das demais.