Caminhões com soja podre são impedidos de descarregar no Porto de Paranaguá 03/06/2009 - 16:20

Cerca de 75 toneladas de soja com alto grau de impurezas foram apreendidas ontem (2), no Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá. A carga estava dividida em dois caminhões provenientes de Uberlândia (MG), distante mais de 1000 km do terminal paranaense. A irregularidade foi descoberta no momento da classificação obrigatória pela qual todos os caminhões carregados com grãos passam antes de descarregarem nos silos do porto.

Análises feitas pelos técnicos da Empresa Paranaense de Classificação de Produtos (Claspar) mostraram que o teor de impurezas encontrado na carga era de 2% a 3%: índice acima do 1% aceito pelos padrões internacionais de qualidade.
Foram encontrados também indícios de calcário e terra misturados à carga, além de sementes de soja e grãos de milho. Segundo a Claspar, quase metade da carga – entre 40% e 45% - era de “matérias estranhas”. O índice máximo tolerado é de 8%, conforme normas internacionais. Amostras da soja classificada demonstraram, ainda, que o produto foi armazenado com excesso de impurezas e umidade, provocando a fermentação e o apodrecimento dos grãos.

Policiais militares foram acionados para encaminhar os motoristas à Delegacia de Paranaguá, onde foram ouvidos pela delegada Maria Josiléia Pigozzi e, em seguida, liberados. Amostras da carga foram levadas à perícia. Segundo informações da polícia, no inquérito instaurado, os caminhoneiros foram indiciados pelo crime de estelionato. O processo deverá durar 30 dias, podendo estender-se por igual período. Os proprietários da carga, que até ontem não haviam sido identificados, também serão chamados a depor.

Dados fornecidos pela Claspar mostraram que dos quase 61 mil caminhões carregados com soja em grãos classificados, entre janeiro e maio deste ano, no Pátio Público de Triagem do Porto de Paranaguá, 1,3% foram refugados por não atenderem às especificações internacionais de qualidade. O volume de caminhões com cargas irregulares, segundo a Claspar, vem diminuindo ano a ano. Em períodos anteriores, o número de caminhões refugados chegava a 10% do total classificado.