Portos do Paraná fecham 2008 com alta de 18% na receita cambial 16/01/2009 - 15:20

O Porto de Paranaguá encerrou 2008 com um crescimento de 18,91% na receita cambial. Foram somados US$ 14,02 bilhões de receita gerada com as exportações contra US$ 11,79 bilhões registrados em 2007. Com isso, o terminal paranaense ocupa a terceira colocação no comparativo dos portos brasileiros que mais exportaram no ano passado, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
“O esforço conjunto de todos os atores ligados ao porto e através da competência dos nossos funcionários, dos operadores, empresários e dos terminais portuários dos portos de Paranaguá e Antonina foi responsável pela receita cambial gerada. Apesar da crise internacional, que atinge a todos, mas com a visão de um porto multicargas, implementado pelo ex-superintendente Eduardo Requião, minimizamos os impactos”, comentou o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira de Souza.
Segundo o dirigente, a proposta é investir na competitividade. “Temos trabalhado dentro das diretrizes do governo Roberto Requião de capacitar os nossos portos em termos de competitividade, fato que, em nosso entendimento, será o grande diferencial para superarmos a crise e mantermos os portos entre os principais do país”, disse o superintendente.
No ano passado os portos paranaenses movimentaram 33 milhões de toneladas de mercadorias. O volume foi 13,6% menor do que o registrado em 2007 e foi causado principalmente pela queda das exportações de milho. Em 2007, foram exportados 4,7 milhões de toneladas do produto contra 1,8 milhão de toneladas em 2008.
Em 2007 o país registrou volumes extraordinários de exportação do grão, com 10,9 milhões de toneladas embarcadas, em virtude de uma demanda externa superior a anos anteriores. A expectativa de repetir a mesma performance em 2008 não se concretizou e o Brasil teve uma queda de 42% nos embarques dos portos nacionais. O Porto de Paranaguá, maior escoador do produto no país, sentiu esses reflexos e registrou baixa de 60% nas exportações do grão.
“A queda nas exportações brasileiras em 2008, de um modo geral, deveu-se a diferentes fatores. O milho é produzido, principalmente, para atender ao mercado interno tanto para alimentação humana como para abastecer a produção de aves. Atualmente, quase 80% do milho produzido no Brasil são para consumo interno. As exportações do produto são uma alternativa para a comercialização do excedente” disse a engenheira agrônoma Margorete Demarchi, do Departamento de Economia Rural (Deral), da secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná.
Segundo Margorete, em 2007 o excedente foi recorde e as exportações mantiveram-se em alta, situação que não se repetiu no ano passado. “O milho é uma commoditie que, diferente da soja, não tem uma regularidade nas exportações e desde 2001 o Brasil tem uma oscilação muito grande nos volumes embarcados, chegando a exportar apenas um milhão de toneladas de milho em 2005”, declarou.

De acordo com informações da empresa, o crescimento de 28% nas exportações de açúcar já era previsto. No início de cada ano, a Pasa traça seu plano de safra junto com o setor produtivo que abastece o terminal. A estratégia é uma forma de se antecipar à demanda do consumo e a meta para 2009 é aumentar em 10% as exportações de produto por Paranaguá.


A crise financeira também fez cair a importação de fertilizantes pelo Porto. Com a queda brusca nos preços, os importadores diminuíram o ritmo dos negócios e o Porto de Paranaguá fechou 2008 com movimentação de 5,9 milhões de toneladas do produto. Apesar da queda de 20% nas importações de fertilizantes em relação a 2007, o Porto continua sendo o principal portão de entrada de fertilizantes no Brasil.
Fechamento 2008
Total geral: 33.005.270 toneladas
- Cargas exportadas: 22.147.591 toneladas
- Cargas importadas: 10.857.679 toneladas
Share das exportações
Granel sólido: 63%
Carga geral: 25%
Granel líquido: 12%
Share das importações
Granel sólido: 63%
Carga geral: 24%
Granel líquido: 13%
Destaques
Exportação de açúcar
2008: 2.825.146 toneladas
2007: 2.206.705 toneladas
Variação: 28%
Exportação de contêineres
2008: 297.301 TEUs
2007: 298.992 TEUs
Variação: - 0,57%
Importação de cevada
2008: 271.564 toneladas
2007: 189.782 toneladas
Variação: 43%
Importação de veículos
2008: 80.503 unidades
2007: 59.546 unidades
Variação: 35%
Receita cambial
2008: US$ 14,02 bilhões
2007: US$ 11,79 bilhões
Alta de 18,91%