Porto de Paranaguá responde por mais de um terço do saldo da balança comercial brasileira 03/06/2009 - 17:50

Paranaguá ocupa a terceira posição entre os portos que mais contribuem com a Corrente de Comércio brasileira, atrás apenas de Santos e Vitória. A informação divulgada pela Alfândega de Paranaguá tem por base a arrecadação de impostos gerados com a movimentação portuária, no primeiro quadrimestre deste ano. Nesse período, a Corrente de Comércio - soma das exportações e das importações desembaraçadas - totalizou US$ 5,1 bilhões. Desse total, U$ 3,7 bilhões referem-se às exportações e US$ 1,4 bilhão às importações.

Esses números permitiram ao Porto de Paranaguá responder por mais de um terço do saldo da balança comercial brasileira (diferença obtida entre os valores da exportação e importação) que, no primeiro quadrimestre deste ano, foi de US$ 6,7 bilhões. Desse total, o Porto de Paranaguá contribuiu com US$ 2,3 bilhões, ou seja, 34,7% do valor gerado. “As estatísticas revelam que o Porto de Paranaguá foi um dos que mais sustentou a balança comercial brasileira nesse período, com US$ 2,3 bilhões, valor que é recorde desde 2004”, revelou auditor-fiscal e assistente da Alfândega, Fernando Sottomaior.

No primeiro quadrimestre de 2009, o Porto de Paranaguá foi destaque com uma participação de 8,6% do valor gerado pelas exportações no Brasil, com US$ 3,7 bilhões. Os grãos e os congelados foram alguns dos principais itens que ajudaram a gerar este valor.

Segundo a Alfândega, o valor registrado com as exportações sofreu pequena queda de 1,4% no comparativo com o primeiro quadrimestre de 2008, mas ainda assim é positivo se comparado a outros portos, como o de Santos que teve baixa de 19,6% no valor de suas exportações e o de Vitória que registrou queda de 5,2% no primeiro quadrimestre de 2009 em comparação ao ano passado. ”Avalio muito bem esses números que foram sendo montados ano a ano, com melhoras significativas a cada período e que nos fazem hoje atingir a terceira posição entre os portos brasileiros. Embora o Brasil tenha registrado uma queda de 17,5% no valor agregado em suas exportações, tivemos uma baixa de apenas 1,4%, uma performance melhor que 'portos concorrentes' e muito boa mesmo em época de crise”, avaliou o inspetor-chefe da Alfândega em Paranaguá, Arthur Cazella.

Importações
Já nas importações, o Porto de Paranaguá registrou uma queda de 32,9% no valor das operações de desembarque. De US$ 2,1 bilhões em mercadorias desembaraçadas de janeiro a abril de 2008, o Porto passou a US$ 1,4 bilhão em igual período de 2009. A redução no valor das importações em Paranaguá foi superior ao índice médio de queda nacional (-23,8%), mas menor que portos como o de Rio Grande, por exemplo, onde o valor gerado pelas importações teve uma baixa de 46,5%.
Segundo Cazella, a queda de 32,9% no valor das importações em Paranaguá aconteceu, principalmente, pela retração na descarga de fertilizantes registrada no início do ano. “Isso ocorreu principalmente pela falta de financiamentos para a comercialização do produto e pelo decréscimo dos valores pagos pela tonelada do insumo que tiraram o fertilizante da pauta de importações por um determinado período”, acrescentou o inspetor chefe.

Tributos
Apesar do recuo de 32,9% nas importações em termos de valores, a perda em arrecadação pela Receita Federal, em Paranaguá, não foi tão expressiva. A arrecadação de tributos com importações teve uma baixa de apenas 3,4%, enquanto a queda média nacional foi de -6,3%.
No total, foram arrecadados R$ 597,3 milhões no primeiro quadrimestre deste ano, originados principalmente da cobrança de tributos federais como a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que incide sobre a importação, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o PIS (Programa de Integração Social) e o próprio Imposto de Importação.
Entre os produtos que mais contribuíram para a arrecadação federal na importação destacam-se veículos, tratores e peças para a indústria automobilística. “A tributação para itens importados acontece como forma de manter a competitividade com o produto nacional”, explicou Sottomaior.

Mercado
A China é o principal país de origem e de destino das cargas movimentadas no Porto de Paranaguá. Dados da Receita Federal mostraram que, entre janeiro e abril deste ano, 17,1% das cargas desembarcadas no terminal portuário paranaense vieram do país asiático, seguido da Alemanha (13,3% do montante) e Argentina (11,7% do total). Os Estados Unidos ocupam a quarta posição.
No caminho inverso, a China e a Alemanha continuam liderando a lista dos países para onde mais são enviados produtos brasileiros, seguidos da Holanda.

A crise internacional afetou os mercados e seu poder de compra. A Rússia, por exemplo, até o início da crise, no último quadrimestre de 2008, era o segundo país que mais importava pelo Porto de Paranaguá e, hoje, ocupa a sétima posição. Já a Índia aumentou em mais de 1.300% a importação de cargas pelo Porto de Paranaguá, com a compra de mais de US$ 110 milhões em produtos.