"Terminal público de álcool engrandece o Brasil e a gestão portuária brasileira", afirma ministro 24/10/2007 - 14:30

O ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito Nascimento, o governador Roberto Requião e o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, inauguraram nesta terça-feira (23) o primeiro terminal público de álcool do Brasil. A cerimônia aconteceu em meio aos sete tanques do novo terminal e contou com a presença do subsecretário de portos, Fernando Victor, da assessora especial da subchefia de articulação e monitoramento da Casa Civil, Daisy Barretta, de deputados, secretários de Estado, diversas autoridades e produtores de álcool paranaenses.
"Equipamentos como este terminal são vitais para colocar o Brasil na liderança de produção e exportação de biocombustíveis. O primeiro terminal público de álcool do País engrandece o Brasil e a gestão portuária brasileira", afirmou o ministro. Pedro Brito chegou a Paranaguá no final da manhã desta terça-feira (23) e conheceu o canteiro de obras do Distrito Industrial Alfandegado e o novo pátio de veículos do Porto de Paranaguá. As obras estão sendo executadas com recursos próprios da Appa. O ministro, ao lado do governador, conheceu ainda as instalações do Centro de Excelência em Defesa Ambiental (Ceda-Taguaré) e o projeto social "Vaca Mecânica", que fornece à comunidade carente leite à base de soja.
"Visitamos uma nova área alfandegada que vai permitir uma nova atividade portuária muito importante porque terão vantagens como a isenção tributária à medida que produzam bens para exportação. Observei a nova área para veículos que dá à Paranaguá uma posição competitiva importante. O que vemos é que o Porto está tomando todas as medidas práticas e objetivas para transformá-lo num grande concentrador de cargas", avaliou o ministro
Brito elogiou as melhorias que estão sendo realizadas no terminal paranaense. Para ele, "o Porto de Paranaguá é um símbolo para o Brasil. São raros os portos que têm recursos para aplicar em suas próprias estruturas. É preciso que se realce essa realidade. Os investimentos feitos aqui em Paranaguá são do seu próprio caixa. O que estamos vendo são decisões de expansão do Porto".
Nação - O governador Roberto Requião destacou durante seu discurso que mais do que uma simples inauguração, o novo terminal público de álcool representa uma grande discussão entre Nação e mercado. "Os privatistas dizem que não somos patriotas e que o Estado não é obrigado a ser solidário com seu povo. Enquanto o mercado tem um valor que é o lucro, o valor da Nação é o suor e o sangue do seu povo. Este novo terminal vai mexer com o tarifário do país, não só o de Paranaguá. É este tipo de concorrência que nós queremos no Brasil. Uma empresa pública defendendo o interesse público. O porto público tem esse destino: ser eficientemente administrado como é hoje do ponto de vista logístico e de produtividade", afirmou.
A nova estrutura servirá também como moderadora de preços do mercado. De acordo com o superintendente da Appa, Eduardo Requião, esta será uma das principais funções do novo terminal. "Esse terminal não visa lucro. O montante arrecadado com as tarifas será para reinvestimento e manutenção. Teremos tarifas públicas que servirão como cotejadoras de preço. Acreditamos que será possível operar com uma margem 50% menor do que a realizada pela iniciativa privada. Estamos acreditando no etanol há mais de dois anos e com este terminal teremos um ganho na nossa competitividade", afirmou.
Atualmente, três empresas privadas realizam operações de exportação de álcool em Paranaguá. Os produtores do setor sucroalcooleiro acreditam que conseguirão diminuir em até 50% os gastos operacionais com o novo terminal. De acordo com o ministro Pedro Brito, o terminal dá chances às empresas de uma forma igualitária. "Elas pagarão tarifas públicas pertinentes ao uso desse terminal. Aqui em Paranaguá estamos um passo à frente porque o Porto está criando um sistema público exclusivo de exportação de álcool", afirmou Brito.

Terminal será uma alternativa pública aos exportadores de álcool
Construído com recursos próprios da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), o primeiro terminal público de álcool do Brasil custou R$ 13,7 milhões e tem capacidade de armazenar 37,5 mil m3 de álcool, podendo atender 15 navios por mês. O terminal será uma alternativa pública aos exportadores de álcool que utilizam os serviços do Porto de Paranaguá. A estrutura não visa lucros, e sim a redução de custos da exportação de álcool.
O terminal foi erguido no bairro chamado Vila da Madeira numa área de 32 mil m² sendo que ainda há outros 33 mil m² de área para ampliação e construção de novos tanques. O terminal é ligado ao píer público por meio de dutos de aço instalados paralelamente à linha de embarque da Petrobrás.
O local conta com balanças, salas de operação, laboratório e tanques para acondicionamento de água e outro para armazenamento de lubrificantes a serem utilizados no próprio terminal. A obra inclui, ainda, bacias de contenção, plataforma de carregamento, arruamento e pavimentação, casa de bombas e subestação.

Meta para a safra 2007/2008 é de 600 milhões de litros exportados
Dados da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcoopar) mostram que na safra 2006-2007 as 29 indústrias de açúcar e álcool no Paraná exportaram 420 milhões de litros de álcool. Para a safra 2007-2008, a meta é chegar a 600 milhões de litros exportados.
"Já realizamos estas exportações por Paranaguá e agora o terminal será uma ótima alternativa. O superintendente dos portos tem demonstrado uma garra invejável frente à administração. O coroamento do trabalho dele não é somente a construção do terminal de álcool, mas no compito geral, nós vemos as mudanças que estão sendo realizadas no porto, todas elas retratam a boa vontade, o tino administrativo e seriedade que faz parte da administração dele", afirmou Tormena.