Navios usados na Guerra do Golfo atracam no Porto de Paranaguá 18/09/2009 - 16:50

Um navio que serviu de base à Marinha norte-americana durante a Guerra do Golfo, na década de 90, atracou esta semana no Porto de Paranaguá. Só que, agora, em vez de transportar equipamentos bélicos, a embarcação irá levar 19 mil toneladas de açúcar em sacas para outros países compradores do produto brasileiro. O porte e a configuração do navio “Anders” - que tem 230 metros, 140 acomodações, rampas para operações de embarque e desembarque de veículos e heliponto - chamam a atenção.

De acordo com o diretor do Grupo Porto (representante no Brasil da proprietária do navio, a CB Marine, de Londres), Marcelo Marques, trata-se de uma operação incomum para os moldes dos portos brasileiros, já que, normalmente, o transporte de açúcar é feito em embarcações menores, de 145 metros.

Marques antecipou que um outro navio com a mesma configuração e que também servia à Marinha norte-americana, o “Bonny”, que já está na área de fundeio do Porto de Paranaguá, aguarda autorização para atracar, nos próximos dias, para o carregamento de outras 19 mil toneladas de açúcar ensacado.

O suporte dado pelo Departamento Portuário da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), segundo o executivo, contribuiu para viabilizar as operações. As duas embarcações vieram de Norfolk, estado da Virgínia, Estados Unidos.

AÇÚCAR EM ALTA - Entre os granéis sólidos, o açúcar é o que tem apresentado o maior crescimento nos embarques realizados em Paranaguá, este ano. De janeiro a agosto, foram exportadas pelo complexo mais de 2,1 milhões de toneladas. Os embarques do produto a granel, que somam o maior volume (cerca de 1,9 milhão de toneladas), tiveram alta de 28,2% em relação ao mesmo período de 2008.

“Contando todo o açúcar que foi vendido pelo Brasil para o mercado externo, ainda haverá um déficit de 5 milhões de toneladas no mercado mundial, em outubro”, afirmou o diretor do Grupo Porto, Marcelo Marques, que há mais de três décadas acompanha o movimento das principais commodities. A projeção, segundo ele, leva em conta a quebra de safra da Índia - segundo maior exportador do produto – que só deve recuperar a queda na produção de cana-de-açúcar em 2011.

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