Desempenho dos portos paranaenses é destaque em seminário de comércio exterior 24/09/2009 - 17:20

A importância estratégica dos portos do Paraná para a cadeia logística do setor produtivo brasileiro e do Mercosul foi debatida nesta quinta-feira (24), durante o VI Seminário Nacional de Logística Integrada e Comércio Exterior. Em sua apresentação, o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira de Souza, falou sobre a “Estrutura e Eficiência nos Serviços Portuários”, apresentando os índices de desempenho operacional dos portos paranaenses e os investimentos que estão programados para elevar Paranaguá à categoria de “Hub Port” – porto concentrador de cargas.

Souza lembrou que, além de dar continuidade aos investimentos em estruturas públicas para recepção e armazenamento de cargas na zona primária e retroárea do Porto de Paranaguá, a Appa tem projetos para ampliar a capacidade operacional, atendendo às novas tendências da navegação mercante. “São projetos estratégicos para a busca da eficiência”, destacou ele, ao citar as obras já realizadas - como as dos terminais de álcool e de fertilizantes e do pátio de veículos - e as que estão para serem licitadas - como o novo Silo Graneleiro, o Terminal de Frigorificados e o Terminal Oeste de Exportação de Granéis Sólidos.

Daniel de Souza apresentou, ainda, os projetos de remodelação do cais e aprofundamento dos berços - que estão em andamento - como ações necessárias para permitir que o Porto de Paranaguá receba navios de grande porte (Panamax e cape size).

“O avanço que houve no Porto de Paranaguá nos últimos anos é indiscutível. A mudança é notável e torna perfeitamente viável sua transformação em um hub port”, afirmou o coordenador da Câmara de Logística Integrada da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Jovelino de Gomes Pires. Ele defende, no entanto, que precisará haver investimentos, também, nos modais rodoviário e ferroviário para complementar a cadeia. “O problema não é o porto. É simplificar o acesso a ele”, acrescentou Pires.

DRAGAGEM – A proposta da Appa de buscar autosuficiência nos projetos de dragagem de manutenção com a aquisição de uma draga própria, também foi apresentada aos participantes do VI Seminário Nacional de Logística Integrada e Comércio Exterior e endossada por outros especialista em logística.

“A dragagem é estratégica e não se trata de xenofobia nacionalista”, pontuou o vice-presidente da Câmara Brasileira de Contêineres, Transporte Ferroviário e Multimodal (CBC), Aluisio de Souza Sobreira. A afirmação, segundo ele, toma por base o caráter estratégico da navegação para o comércio exterior. “Noventa e cinco por cento da movimentação decorrente do comércio exterior ocorre pelo mar e passa, necessariamente, por um porto, que precisa estar preparado para receber os navios maiores usados nos trechos mais longos”, complementou.

Sobreira lembrou que a indústria de dragagem mundial está concentrada em cerca de quatro empresas da Bélgica e Holanda. “Essas empresas buscam otimizar seus lucros, o que é legítimo. Mas, se a dragagem é uma questão estratégica, não pode ficar ao sabor do mercado. A política adotada pelo Porto de Paranaguá em colocar uma draga própria não deveria ser, necessariamente, uma ação do governo estadual. Mas, como na prática não há uma política nacional que dê relevância ao sentido estratégico, a administração dos portos do Paraná foi induzida a buscar essa solução”, avaliou.

O VI Seminário Nacional de Logística Integrada e Comércio Exterior é promovido pelo Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Paraná (Sindiexpar) e Federação da Indústria do Estado do Paraná (Fiep).

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