Areia da dragagem será usada para engordamento da praia de Matinhos 12/11/2007 - 18:10

A retirada do material dragado do Canal da Galheta beneficiará diretamente o município de Matinhos, prejudicado pelo avanço do mar que já destruiu extensa faixa de calçadas e os muros de algumas residências construídas à beira-mar. Um convênio assinado nesta terça-feira (13), durante a Escola de Governo, em Curitiba, reunirá diversos órgãos estaduais que farão um esforço conjunto para ampliar e melhorar a infra-estrutura da orla e conter as constantes ressacas.

"Com a dragagem dos portos iremos recuperar mais de 5 quilômetros da praia de Matinhos. Esse trabalho resultará na recuperação econômica do município e oferecerá aos paranaenses que utilizam o Litoral do Estado um espaço qualificado. São os portos tendo claro para si a necessidade de integração com os municípios litorâneos para o crescimento de toda a região", afirmou o superintendente dos portos Eduardo Requião.

Assinam o convênio a prefeitura de Matinhos e as Secretarias de Desenvolvimento Urbano/Paranacidade, de Planejamento e de Meio Ambiente/Suderhsa, além da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

As obras de recuperação acontecerão no trecho situado entre a Praia Brava e o Balneário Riviera, em Matinhos, compreendendo canais de desemboque na Praia Brava e do Rio Matinhos, recuperação da orla com material arenoso, execução de esporões, contemplando a urbanização destes, recuperação do sistema viário e urbanização.

O anúncio de que a orla do município de Matinhos receberá melhorias com o engordamento da faixa de areia animou os comerciantes locais. "Os comerciantes da cidade esperam essa obra há anos. De alguns anos para cá a situação da praia piorou pela falta de investimentos e, agora, com essa obra, estamos ansiosos pelo retorno dos veranistas. Se o empresário tiver condições de crescer ele vai aproveitar as oportunidades e o comércio está ansioso que isso ocorra", disse o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Matinhos (Acima), Nelson Cotovicz.

Aspirações - Para o prefeito de Matinhos, Francisco Carlim dos Santos, as obras financiadas pelo Governo do Estado em conjunto com a Appa atendem às aspirações dos matinhenses. "O governador Roberto Requião sempre foi um entusiasta do Litoral do Paraná. Esta é uma obra que ele e a população há tempos queriam O Governo conhecia nossa realidade e hoje atende nossas aspirações", declarou o prefeito.

Durante os últimos anos a população viu o calçamento da Avenida Atlântica de Matinhos ser engolido pelas constantes ressacas, assim como os asfalto e a porção de areia, que cada vez fica menor. Viram também muitos veranistas abandonarem a praia em virtude da falta de investimentos em infra-estrutura para conter o avanço do mar e lamentarem as perdas que afetaram o comércio.

"Esta obra vai fazer com que os turistas que deixaram o Litoral por falta desta estrutura retornem. Temos uma expectativa maior de um número crescente de turistas. Teremos uma área maior para os turistas e um melhor resultado financeiro para a cidade", comentou Santos.

Segundo o prefeito, com o engordamento da praia, Matinhos contará com uma nova faixa de areia que terá entre 80 e 100 metros de distância do mar. Além disso, a cidade passará por um trabalho urbanístico para recuperar a orla, a avenida beira-mar, as calçadas e o calçadão principal. A prefeitura estima que dos 20 quilômetros de praia existentes quase seis quilômetros já foram destruídos pela ação do mar.

Comércio - Prestes a completar 40 anos, a cidade de Matinhos conta atualmente com cerca de 40 mil habitantes. A economia da cidade gira em torno, principalmente, do comércio aquecido pelos turistas atraídos pela praia. A realidade atual, no entanto, é bem diferente de décadas atrás. "Em 1990, Caiobá (balneário de Matinhos) era o terceiro metro quadrado mais caro do Brasil e hoje vale um terço do valor dos imóveis por falta de investimentos e evasão dos turistas. A cidade tem 40 mil habitantes e emprego para 4 mil", revelou Nelson Cotovicz, que reside em Matinhos desde 1981.