Dia de luta e de orgulho para a comunidade negra 20/11/2020 - 09:25

Nesta sexta-feira (20), o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra marca um momento de reflexão sobre a luta contra o racismo e a desigualdade no Brasil. Referência à morte do então líder do Quilombo dos Palmares, a data virou um símbolo pela garantia de todos os direitos civis e de chances iguais, independentemente de cor de pele.

Nos Portos do Paraná, a discriminação racial é combatida com rigor. O Código de Ética da empresa pública deixa claro que é dever de todos os empregados “reconhecer o mérito de cada um e propiciar igualdade de oportunidade para o desenvolvimento profissional, não admitindo qualquer atitude que possa afetar a carreira profissional dos demais empregados com base em qualquer tipo de discriminação”.

A diversidade cultural e étnica é importante e o debate sobre formas de combater o racismo deve acontecer todos os dias.  “Essa reflexão sobre a inserção do negro e da contribuição do Povo Negro na formação do Povo Brasileiro é de vital importância para o resgate da nossa história, orgulho e autoestima”, destaca o assessor da Diretoria de Engenharia e Manutenção da Portos do Paraná, Gerson Augusto.

Para ele, a data dá visibilidade aos problemas que afetam diretamente os negros. “Ela não é uma data de esquerda ou direita. Ela é uma arma de luta de todos os brasileiros que sonham e lutam por um Brasil mais justo e igualitário”, aponta.

De acordo com Fillipe do Nascimento Costa, assistente administrativo da Coordenadoria de Gestão de Materiais da Diretoria Administrativa Financeira, o racismo estrutural ainda é muito forte no Brasil e precisa ser combatido. “A discriminação racial é um dos pilares sobre os quais a sociedade foi construída. Todo o contexto histórico brasileiro corrobora com todos os problemas sociais enfrentados pelo povo negro”, avalia.

Fillipe considera que a data é uma oportunidade para a conscientização. “É um dia que toda uma sociedade dá ouvidos a um povo que deveria ser ouvido em todos os outros 364 dias do ano”, lembra.

Segundo Régis Batista do Nascimento, assistente administrativo na Coordenadoria de Patrimônio e Seguros, é importante lembrar a luta de Zumbi dos Palmares. “O dia nacional da consciência negra existe para celebrarmos e não nos esquecermos que a luta por igualdade continua, a escravidão ainda não acabou, só acaba quando todos as suas sequelas forem vencidas e vivamos em uma sociedade realmente igual”, analisa.

Para Iromar Bezerra da Silva, mecânico de manutenção na Gerência de Manutenção Geral da Diretoria de Engenharia de Manutenção, a data é importante para lembrar da escravidão sofrida pelos negros. “É uma data que lembra dos acontecimentos do passado e da importância da igualdade e do respeito”, avalia.

Na visão de Anderson Araripe, da Operação Aduaneira e Logística da Diretoria de Operações Portuárias, o Dia da Consciência Negra precisa ser lembrado por todas as raças, não só a negra. “Para que se conscientize da igualdade e respeito que tem que ter não só nas empresas, mas também na família, nas escolas, na comunidade porque todos nós fazemos parte da história do Brasil”, diz.

Já Edson Arantes Soares, da Coordenadoria de Graneis Exportação da Diretoria de Operações Portuárias, a data de hoje registra o histórico dos negros no Brasil. “Essa data é importante para mostrar o que o negro tem vivido e minimizar o impacto do preconceito que ainda existe, o preconceito estrutural, mas a gente espera que com o tempo isso possa acabar ou minimizar”, finaliza.

RACISMO ESTRUTURAL:O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra foi instituído em 10 de novembro de 2011. A data surgiu em razão da ideia de que Zumbi dos Palmares representava o movimento negro devido a sua luta e resistência contra a escravidão e também porque o 13 de maio, representa uma “falsa liberdade” aos descendentes de africanos, que foram libertados, mas não receberam a reparação e assistência necessárias para a devida e merecida integração à sociedade.

No Brasil, apesar da abolição da escravidão, a população negra demorou para ter direitos e acesso à educação e emprego. Segundo dados da Pnad 2019 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), em 2018, o tempo médio de estudo de pessoas com 25 anos ou mais era de 10,2 anos entre brancos (10,1 anos para homem branco e 10,4 anos para mulher branca) e 8,3 anos entre pretos ou pardos (8,1 para homens pretos ou pardos e 8,6 anos para mulheres pretas ou pardas).

A tendência tem mudado nos últimos anos, com o aumento do acesso ao ensino superior e políticas de reparação afirmativas. O relatório Desigualdades Raciais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) em 2019, informa que a proporção de jovens negros de 18 a 24 anos no ensino superior passou de 50,5%, em 2016, para 55,6%, em 2018. O levantamento mostrou que a proporção de pretos e pardos cursando o ensino superior em instituições públicas foi de 50,3% em 2018.

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